segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Baixe a música Daimagem!

Muito tempo sem postar, mas cá estamos novamente. Dessa vez com novidades! No comecinho março, tivemos a honra de receber um convite da fotógrafa Talita Oliveira - a mesma que gentilmente fez conosco o ensaio de divulgação no rio e no mercado de peixe - para compor a trilha sonora de uma exposição audiovisual que ela prerava sobre a música acreana. apoiada por projeto aprovado no Fundo Municipal de Cultura. Talita nos passou algumas belas fotos selecionadas do vasto material visual que capturara em mais de 4 anos vivendo a música na cidade de Rio Branco. Tinha de tudo dentro da diversidade da música acreana, e cabia à nós criar uma música à altura daquela variedade de expressões artísticas. Música esta que se somaria aos depoimentos que ela começava a coletar naquele momento.


Eduardo Di Deus durante a gravação da trilha sonora, por Talita Oliveira


No final de março, em meio a um período de muitos shows fora do estado do Acre, entramos no estúdio do Risley - RB Records - e registramos a música Daimagem, que disponibilizamos pra você baixar agora!



Arthur Miúda durante a gravação da trilha sonora, por Talita Oliveira


Nesta quinta-feira, dia 5 de agosto, a partir das 20 horas, na Galeria Juvenal Antunes acontece o lançamento da exposição “A Imagem da Música” com o seu vernissage aberto para imprensa e o público em geral. Em seguida, às 21h30, no The Rock Bar, próximo à galeria, acontece uma festa com a temática da mostra fotográfica. O Caldo vai tocar lá, antes de sair de férias.

Quer saber mais sobre a exposição? Clique naimagem:


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Caldo de Piaba na 1ª Noite Fora do Eixo SP


Por Marcio Jr., do Barulho.org


O Circuito Fora do Eixo surgiu fora do eixo geográfico, num levante das cidades e pequeno e médio porte historicamente esmagadas por políticas corruptas que favoreciam a produção (e a produção cultural, como consequência) apenas nos grandes centros do Sudeste. Jabá, massificação, apelação... uma massa de poucas, parcas e porcas informações empurradas guela abaixo. Eis que o Fora do Eixo propõe uma nova forma de organização e gestão, trazendo renovação em vários campos.

Enquanto o Barulho.org, que pode ser entendido como um ajuntamento de pessoas, promove a ocupação dos espaços públicos, com o objetivo de converter, mesmo que temporariamente, espaços privados em públicos através da arte, da música, da política, do livre exercício das idéias. Enfim, converter pensamentos em realizações e apostar na espontaneidade do encontro. Alterando experiências cotidianas. Ação cultural e social, integração e arte.

Do bom encontro entre essas duas redes surge possibilidade da realização da Primeira Noite Fora do Eixo que será realizada na Serralheria, situada à Avenida Guaicurus, 857 Lapa Próximo ao Tendal da Lapa, no dia 14/05 Sexta Feira à partir das 19hs.

Contamos com a presença de todos nessa experimentação.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Caldo em São José dos Campos nesta sexta!

Hoje tem Caldo no SESC São José dos Campos, abrindo o projeto Pelas bandas de lá, que levará bandas independentes de todo o Brasil para o Vale do Paraíba. Estão na programação: Porcas Borboletas, Fóssil, Malditas Ovelhas, Pata de Elefante e Macaco Bong. Muito legal abrir este projeto com tantas bandas legais!

O show começa as 19h30 e a entrada é franca. Confira abaixo a matéria que saiu no jornal O Vale. Mais informações no site do SESC SJC.




Pelas bandas de lá: música underground no Sesc São José

Por André Leite
São José dos Campos

O mercado fonográfico brasileiro nunca esteve tão favorável às bandas independentes. Mais que recurso financeiro, o que tem feito a diferença, para que os grupos conquistem um espaço cada vez maior, é a articulação dos mesmos em busca do reconhecimento e, é claro, a qualidade do trabalho. E isso o Brasil tem de sobra.

Alguns representantes dessa galera que movimenta a atual cena da música underground no país se apresentam, durante o mês de maio, no Sesc São José dos Campos, dentro da programação do projeto “Pelas Bandas de Lá”.

O objetivo é mostrar a diversidade de sons e a qualidade da produção da música independente no país. Ao todo serão realizados seis shows com bandas de diferentes partes do país, entre elas Caldo de Piaba (Acre), Fóssil (Ceará), Porcas Borboletas (Minas Gerais), Malditas Ovelhas (São Paulo), Macaco Bong (Mato Grosso) e Pata de Elefante (Rio Grande do Sul).

Quem abre o projeto nesta semana é a banda Caldo de Piaba, que se apresenta na próxima sexta-feira, dia 7, às 19h30, no centro de convivência. No sábado, dia 8, às 18h, quem sobe ao palco é a Fóssil.

Caldo de Piaba
A banda Caldo de Piaba foi formada em 2008, no Acre. Formado por Saulinho Machado (guitarra), Arthur Miúda (contrabaixo) e Eduardo Di Deus (bateria) o grupo trabalha com composições próprias e releituras de canções populares.
O trabalho, que já percorreu festivais independentes em diversos estados brasileiros é marcado pela influências de que vão desde a lambada e a guitarrada paraense até o ska e o samba-rock.
Com muita vontade de arrebatar cada vez mais fãs, a banda chegou a fazer uma turnê pelo interior do Acre, a bordo de uma Kombi, levando seu show para praças e coretos dos municípios.
O Caldo de Piaba tem seu segundo EP , gravado em janeiro de 2010, disponível para download no link http://migre.me/saIY é só conferir!

Fóssil.
Com Vitor Colares (guitarra, violão e texturas), Eric Barbosa (guitarra, violão e efeitos), Daniel Lima (contrabaixo e programações) e Victor Bluhm (bateria e percussão), a banda Fóssil começou a atuar em Fortaleza em 2004.
O repertório traz influências de Egberto Gismonti, Pink Floyd, Radiohead, Miles Davis e King Crimson.
Quem quiser conhecer um pouco mais desse trabalho é só acessar o site oficial da banda no link www.myspace.com/fossilsoundtrack .


Programação

Dia 7, às 19h30 - Caldo de Piaba
Dia 14, às 19h30 - Porcas Borboletas
Dia 15, às 18h - Malditas Ovelhas
Dia 21, às 19h30 - Macaco Bong
Dia 28, às 19h30 - Pata de Elefante
Entrada - franca
Sesc - Av. Adhemar de Barros, 999, Jardim São Dimas - São José

terça-feira, 13 de abril de 2010

Rumo ao interior!

Dificil resumir em poucas palavras tudo que já rolou até agora. Uma semana na estrada, e bem intensa. Tocamos em São Paulo na quarta-feira passada junto com Macaco no Studio SP, e ao longo da semana participamos de diversas atividades do Festival Fora do Eixo. Shows em casas noturnas, reuniões em espaços culturais, apresentações de teatro...

Sob o comando do crescente núcleo de teatro do FDE, o Palco Fora do Eixo, rolou uma intensa programação de performances e intervenções teatrais. Assistimos a duas apresentações, uma das quais rolou na Livraria da Esquina, antes do show do Nevilton, que aparece na cobertura do Clube de Cinema Fora do Eixo para o quarto dia do festival:


Download:
FLVMP43GP
Download:
FLVMP43GP

Esse vídeo é uma pequena mostra de algo que ficou patente nas reuniões que rolaram: o Circuito FDE se consolida cada vez mais outras frentes de trabalho, paralelas à música. A frente do audiovisual, com coberturas cada vez mais profissionais e com um núcleo muito estruturado; o crescimento da frente de Teatro. Discussões sobre a necessidade de estruturação de um núcleo para discutir a gestão ambiental nos eventos culturais. Muita coisa, e crescendo...

No sábado, antes de irmos pro CB (Clube Belfiori) assistir ao show do Facas Voadoras e Canastra, assistimos à performance Estado de Guerra, do grupo UHUU, parceiro do Enxame Coletivo, de Bauru. Antes do show, no entanto, momento para reunião em que o destaque foi o Palco Fora do Eixo, ocupando espaço em vários coletivos, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Foto: Felipe Matos Ohno e Fernanda Vasconcelos

No domingo de manhã, acordamos cedo, mas não ao som da feira livre que tomava conta da rua Mourato Coelho, na Vila Madalena, no dia anterior. É lá que fica o Hostel onde ficamos hospedados durante a semana, logo após termos sido recebidos por dois dias na casa de dois grandes amigos, Júlia e Dantas. Foi tempo de encontrar o pessoal do Porcas Borboletas, que chegava naquela manhã para a apresentação do último dia do festival, que infelizmente perdemos.


Tour Fora do Eixo Minas SP #2

Era a hora de cair na estrada novamente, rumo ao interior de São Paulo e de Minas, em mais uma Tour Fora do Eixo. Em março, passaram por essa rota as bandas Porcas Borboletas e Aeromoças e Tenistas Russas. Agora é a vez da gente fazer essa tour dos interiores, juntamente com os paraibanos da Cabruêra e do Burro Morto, como extensão do Festival Fora do Eixo. É a concretização de rotas de circulação pelo interior com pouquíssimos "day-offs" (os dias sem shows). Tudo só rola com o apoio dos Pontos Fora do Eixo das cidades por onde passamos, e com um caráter de formação: dos coletivos que recebem, das bandas, da equipe que circula junto. Desta vez, seguem com a gente: o Gustavo (Massa Coletiva - São Carlos) na técnica do som; Gabriel Ruiz (Enxame Coletivo - Bauru) e Rafa (Massa Coletiva).

Confere abaixo a rota do Caldo. Lembrando que Cabruera se despede da tour na primeira parada em Belo Horizonte. Burro Morto vai com a gente até Uberlândia, onde tocaremos também com Macaco Bong.

07/04 - São Paulo - Studio SP - Festival Fora do Eixo
11/04 - Araraquara - Teatro de Arena - Noite Fora do Eixo
12/04 - São Carlos - Rádio UFSCar - Programa Independência ou Marte
13/04 - São Carlos - Palquinho Maluco
14/04 - Bauru - Madame Pimenta - Noite Fora do Eixo
15/04 - Guaxupé - Teatro Municipal - Noite Fora do Eixo
16/04 - Franca - Mestiço Bar - Noite Fora do Eixo
17/04 - Belo Horizonte - Music Hall - Conexão Vivo
20/04 - Uberlândia - Goma
21/04 - Patos de Minas -
22/04 - Belo Horizonte - A Obra - Noite Fora do Eixo
23/04 - Montes Claros - Casa Fora do Eixo MC
24/04 - Sabará - Festival Real Instrumental

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Exibir mapa ampliado

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Já estamos em São Carlos, na sede do Massa Coletiva. Já já tocaremos pela segunda vez no palquinho maluco da UFSCar. Em breve mais relatos sobre o show de Araraquara e a participação das 3 bandas no programa Independência ou Marte #139.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rock Amazônico nas noites frias da selva de pedra


Bandas do Amapá, do Acre e de Mato Grosso trazem sons de Fora do Eixo, muito além dos estereótipos


Por Lauro Lisboa Garcia, do Estadão.


Duas noites frias e chuvosas em São Paulo não intimidaram o público interessado nas novidades trazidas pelo Festival Fora do Eixo. A "conexão amazônica", como disse brincando o guitarrista Saulim, do Caldo de Piaba, precipitou caudalosas ondas sonoras a partir do rock, com um mundo de influências para plateias calorosas. Ontem de madrugada, o Caldo (de Rio Branco) dividiu o palco com o Macaco Bong (de Cuiabá) no Studio SP. Os dois power trios (baixo, guitarra e bateria) fizeram a conexão transmidial entre si, numa improvisada mudança de palco, e também pela participação do tecladista Otto Ramos, do Mini Box Lunar, banda do Amapá, que abriu o festival, declaradamente morrendo de frio na selva de pedra, anteontem no Itaú Cultural, com participação de Jards Macalé.

Das três bandas, o Macaco Bong é a mais coesa, desenvolvida e representativa do êxito do Circuito Fora do Eixo. E também a mais conhecida do público paulistano. Em janeiro, eles tocaram no Auditório Ibirapuera com participação de músicos como Siba e Vitor Araújo. Foi uma situação atípica, quando o trio abriu espaço para os convidados, desviando um pouco de seu eixo. Anteontem, fora a participação discreta de Otto (até porque mal se ouvia o som teclado), o trio arregaçou do jeito que se conhece: muitas variações de climas, alguns efeitos, Ynaiã Benthroldo alucinando na bateria, Ney Hugo mantendo o pulso firme do baixo e a guitarra de Bruno Kaypay cantando de tão energética, entre ruidosa e melódica. Tocaram temas de seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro e outros inéditos em mais uma potente descarga de decibéis. Na semana que vem, eles gravam o primeiro DVD em Belo Horizonte, dentro do festival Conexão Vivo, que, aliás, vai ter show de várias bandas do Fora do Eixo.

Sopão sonoro. O Caldo de Piaba começou a entrar no som do Macaco com os bateristas Yanaiã e Di Deus dividindo as baquetas, depois entraram o baixista Miúda e o guitarrista Saulim, este, sim, miúdo, mas toca com jeito grande. A mudança de clima ficou mais nítida a partir do segundo tema, quando o experimentalismo deu vazão a inusitadas misturas dançantes, com rock, jazz, calipso, surf music, samba, funk, guitarrada, tecnobrega e o que mais vier. O Caldo mixa tudo isso sem o menor pudor e acaba se dando bem. No sopão sonoro, além de composições próprias, eles incorporam clássico venezuelano, Moliendo Café (Hugo Blanco), de 1958, e até uma versão de The Millionaire (Mike Maxfield), que ficou bastante conhecida no Brasil na versão de Os Incríveis na fase da jovem guarda.

Ainda tinha muita gente presa no trânsito e na chuva, quando o Mini Box Lunar abriu o festival no Itaú Cultural, mas o público foi chegando e esquentando o show. O sexteto amapaense também surpreende pela mistureba de gêneros. Eles têm um pé no rock psicodélico dos anos 60 e 70, ecos de Beach Boys e Mutantes, mas também revelam influências da música que predomina no Norte, com referências aos sons caribenhos, até porque estão mais próximos da Guiana Francesa do que qualquer grande centro brasileiro. Montam arranjos bem entranhados, com belos timbres de guitarra de Alexandre Avelar (Kbelo), fazendo citações inteligentes de temas clássicos. As meninas Helô e Jenifer têm um canto contido e às vezes até infantil, com graça e leveza. Antes de receber Macalé como convidado, eles mandaram bem numa versão de Hotel das Estrelas, em homenagem a ele.

Macalé abriu seu breve set ao violão com Cidade Lagoa (Sebastião Fonseca e Cícero Nunes), que caiu na medida diante das tragédias no Rio esta semana com as chuvas, cuidando para não exagerar no humor. Com a banda de volta, vieram os melhores momentos, incluindo, claro, Vapor Barato e Farrapo Humano. O festival continua em outros palcos até domingo. São outros Brasis, que, enfim, têm chance de mostrar sua cara por aqui.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caldo de Macaco no 2º dia do Festival FDE

Pouco tempo pra escrever, mas o suficiente pra trazer um pouquinho sobre o show de ontem no Studio SP, 2º dia do Festival Fora do Eixo. Antes de mais nada, confere aí a cobertura feita pela Web TV Fora do Eixo:



Macaco fez a abertura e em seguida assumimos o palco, numa transição sem intervalo. Enquanto rolava uma viagem sonora na guitarra do Kayapi, eu entrei e comecei a adaptar a altura dos pratos e chimbal. Já havíamos montado um set híbrido dos pratos e caixas dos dois bateras, e tudo rolou rapidamente. Enquanto Ynaiã se levantava e segurava o ritmo na caixa auxiliar e eu assumia a batera, Miúda recebia o baixo do Ney (que já estava tocando a última música do Macaco com o baixo dele). Um tempinho segurando o groove até o saulinho plugar a guitarra e os efeitos, e começava o show! Pra quem perdeu a transmissão, aqui dá pra conferir os shows completos:



Hoje a tarde rolou a primeira reunião das regionais do Circuito Fora do Eixo, no Espaço Mais Soma. Discutiu-se a estruturação dos eixos de circulação, e também sobre as frentes de teatro e cineclube fora do eixo e meio ambiente. Um pouquinho da reunião de hoje vai estar na cobertura de amanhã da web Tv Fora do Eixo, junto com o show de logo mais, 23h, no Tapas (também na rua Augusta), a invasão paraibana do Burro Morto e do Cabruêra. Quer acompanhar ao vivo? Acesse www.mtv.com.br/foradoeixo/aovivo

Té mais!

Di Deus
Download:
FLVMP43GP

segunda-feira, 29 de março de 2010

Festival Fora do Eixo e seguindo...

Em março estivemos no Rio de Janeiro para participar da Mostra Instrumental Contemporânea, organizada pelo pessoal do Coquetel Molotov. De volta a Rio Branco, no Mangueiras Bar e no Loft, além de gravar a trilha da exposição "A imagem da música", da fotógrafa Talita Oliveira, que deve ficar pronta em breve.

Abril é tempo de voltar pra estrada. Já estamos em São Paulo para participar do Festival Fora do Eixo entre os dias 6 e 11. Além da programação musical com artistas da Agência Fora do Eixo e convidados, ocupando casas noturnas e espaços culturais da capital paulista, a programação tem também artes visuais e teatro, revelando ao público paulista outras frentes de trabalho do Circuito Fora do Eixo. A programação e outras informações podem ser acessadas no site do Festival.

Ontem rolou a abertura no auditório do Itaú Cultural, com shows do Mini Box Lunar e Jards Macalé. Mini Box abriu pra um auditório lotado, e fez as pessoas que ocupavam o mezanino e as laterais do espaço dançarem ao som da mistura de marchinhas, psicodelia e vocais modulados. Antes de entregarem o palco pro Jars Macalé, fizeram uma versão de Mal Secreto. Jards fez algumas em voz e violão, e em seguida Mini Box retornou ao palco para tocarem juntos versões intensas de Vapor Barato, Revendo os Amigos e Farrapo Humano.

JJ, Jards Macalé e Heluana, ontem no Itaú Cultural, por Victor Sá

Grande abertura pro Festival, que segue hoje com shows de Macaco Bong e Caldo de Piaba no Studio SP, que fica na rua Augusta. Até domingo tocam em São Paulo as bandas Burro Morto (PB), Cabruêra (PB), Nevilton (PR), Calistoga (RN), Canastra (RJ), Facas Voadoras (MS) e Porcas Borboletas (MG).

Depois do Festival Fora do Eixo, a gente embarca em tour pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, conhecendo alguns coletivos que fazem parte do Circuito pelos interiores com as bandas paraibanas Burro Morto e Cabruêra, e também fazendo um show do Conexão Vivo em Belo Horizonte. Essa é a agenda do rolê:

07/04 - São Paulo - Studio SP (Festival Fora do Eixo)
11/04 - Araraquara - Teatro de Arena
12/04 - São Carlos - Rádio UFSCar
13/04 - São Carlos - Palquinho Maluco
14/04 - Bauru - Madame Pimenta
15/04 - Guaxupé - Teatro Municipal
16/04 - Franca - Mestiço Bar
17/04 - Belo Horizonte - Lapa Multshow (Conexão Vivo)
20/04 - Araguari
21/04 - Patos de Minas
22/04 - Belo Horizonte - A Obra (Noite Fora do Eixo)

quarta-feira, 24 de março de 2010

EP Volume Dois do Caldo de Piaba para baixar


Amiguis,

Nosso EP Volume Dois está disponível para baixar. Ele foi gravado em janeiro de 2010 no RB Estúdio, com gravação, mixagem e masterização de José Risley. Foi tornado possível pelo remanejamento de um resíduo de recursos de projeto aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Culturapara a finalidade de prensagem de disco de outra banda, que acabou se desfazendo. Com esse remanejamento, Caldo de Piaba e Mogno (escute!) fizeram o registro de 4 músicas cada.

Clique AQUI e baixe o EP Volume Dois!



Por Bruno Nogueira:

Volume Dois do Caldo de Piaba traz até versão para sucesso do brega da Djavu!

"O Caldo de Piaba é prova viva da descentralização da música hoje no Brasil. A banda não precisou mudar sua base de operações, o Acre, para conseguir estar presente na programação de vários festivais e circuitos de shows em todo o país. Instrumental que vai do Carimbó as guitarradas do Pará, eles não deixam a mistura engrossar demais quando se trata de divulgar a cultura da própria terra. Por onde passam, também tocam versões para antigas canções do Acre e, a cada, show, aumentam a coleção de queixos caindo no público. Mas só os daqueles que não param um segundo de dançar.

A banda lançou agora o segundo EP, batizado de “Volume Dois” com mais quatro faixas novas. Ainda esse ano eles prometem reunir material mais encorpado para lançar o primeiro disco, que deve sair pelo selo Fora do Eixo Discos. Aliás, falando em Fora do Eixo, quem estiver em São Paulo no começo de abril terá chance de ver o Caldo ao vivo, eles tocam na programação do festival que os coletivos promovem por lá. Quem não pode viajar, fica o comentário faixa a faixa que o baterista Di Deus fez do novo trabalho. E, logo abaixo, claro, um link para download:
  1. Moliendo Cafe é uma música da década de 1950, do venezuelando Hugo Blanco, que teve centenas de versões pelo mundo. De Julio Iglesias a uns japoneses doidos, muita gente já gravou esse tema, em versões cantadas e instrumentais. A versão que nos inspirou é de Poly e seu Conjunto, instrumental dos anos 1970. É um tema clássico, que o povo aqui no Acre já dançou muito…
  2. People One, a segunda música, a gente chamava de Plé Plé Hum, uma brincadeira com o som marcante da guitarra. Um tema funkeado que vira uma versão dum Afrossamba do Baden Powell e volta pro tema inicial.
  3. Sborba é o nome que demos pra esse bolerinho inspirado no som d’ Os Incríveis. É também o nome de um clube de 61 anos, reformado agora pelo governo do acre, que é um verdadeiro templo dos bailes.
  4. Fecha o Volume Dois a que chamamos de Dexavi (o que pensa), nossa versão DubBrega do maior sucesso do Dejavu."

segunda-feira, 22 de março de 2010

Videos Caldo de Piaba no Rio de Janeiro

O primeiro vídeo é a música O fanq, executada no show realizado na Mostra Instrumental Contemporânea, no Teatro Nelson Rodrigues da Caixa Cultural, dia 12 de março.




O segundo vídeo é do show extra que fizemos, no dia seguinte da mostra, a convite do pessoal do Sebo Baratos da Ribeiro, em Copacabana. Reparem na participação especial incidental!

terça-feira, 16 de março de 2010

Caldo de Piaba & Binário no MIC


Já experimentou Caldo de Piaba? Nós sim. E curtimos o Binário, também. Confira aqui a resenha de ambos os shows, integrantes da Mostra Instrumental Contemporânea, realizada na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

Por Bruno Stehling, da Rádio Microfonia
Fotos Ana Paula de Araújo, do Coletivo Ponte Plural


Mostra Instrumental Contemporânea - Caldo de Piaba

Sexta feira, horário de happy-hour, 19:30, um Teatro Nelson Rodrigues com poucos lugares vazios e um público bem interessado. Rio de Janeiro, um festival de música instrumental e, de uma forma geral, mais voltado para o rock independente, termos que os iniciados já tomariam por contradições típicas me fizeram ir com curiosidade extra e ouvidos bem atentos.

Já conhecia a banda de abertura, mas o show do Caldo de Piaba foi muito além das minhas expectativas. Esse trio de nome curioso vem do estado do Acre, e apesar da formação tipicamente roqueira: guitarra distorcida, baixo e bateria, sua sonoridade é uma convergência instigante dos estilos mais improváveis.


Rock com carimbó, Funk Music e guitarrada do Pará, ou techno brega em versão dub soa exótico demais pra você? Pois saiba que o resultado é coeso, empolgante e rock’n’roll graças à sonoridade típica de trio e à perspicácia técnica dos integrantes.

Cada música conta sua própria história sonora com mudanças de andamentos, estilos e clímax diversos. Ao lado de suas excelentes composições, versões geniais de Baden-Powel, Tim Maia e João Donato faziam parte do repertório. Entre elas um cruzeiro musical levou “I want you (She’s so heavy)” dos Beatles pelos mares do Reggae, blues e rock pré-grunge (na linha que os próprios garotos de Liverpool já haviam anunciado em Helter Skelter).

O coração melódico era uma guitarra telecaster canhota com um captador P-90 no braço e um humbucker na ponte, tocada com bom gosto e em alto volume. Na bateria um estilo free, que me lembrou por vezes a banda novaiorquina Television, ainda que com uma ou outra imperfeição, e no baixo, de uma introspecção comovente saíam levadas e frases precisas.


Para nos localizar nessa viagem cultural, a voz tímida do guitarrista anunciava algumas canções e gritava uma ou outra frase de algum refrão. O baterista também prestava sua assistência no papel de guia turístico com frases como “agora vamos ao Pará”, ou “Deja-vu: Techno brega em versão dub!”.

O som da casa estava tão impecável quanto os timbres dos instrumentos, os arranjos deixavam espaço para cada um mostrar o seu talento, e o virtuosismo ficava na dose certa, tendo sempre a canção como ponto central.

Foi um daqueles shows pra aplaudir de pé.




Segundo show da noite - Binário


A única banda local a tocar no evento foi o Binário, e logo após o impecável e empolgante show dos acrianos do Caldo de Piaba. O conjunto não faz apenas música, eles têm um trabalho videográfico com importância central em suas apresentações. Uma formação com muitos músicos, parafernália de cabos e pedais, e ousadia nos timbres constroem uma plasticidade musical com a sucessão de climas que dialoga bem com os vídeos.

Entretanto, a noite trouxe dois imprevistos. Um acidente com o pai de um dos integrantes, momentos antes do show, obrigou a banda a tocar de improviso com uma formação compacta. O outro, muito menos grave, foi técnico.

Logo nas primeiras notas, o sistema de som da casa, até então impecável, começou a falhar, e uma das caixas distorceu os graves, comprometendo o início da apresentação e desconcentrando os músicos. Foram precisas algumas músicas até sanarem o problema e felizmente a banda começou a se sentir em casa, retomando o controle do show.

O Binário deu uma aula de entrosamento, pois conseguiram superar as limitações imprevistas na formação com baixista e guitarrista trocando de papéis algumas vezes por música e dando conta de sintetizadores e outros instrumentos. Em uma das músicas tocaram com maestria uma cítara, aquele instrumento indiano que quem conhece bem de perto, e apesar do glamour desde os Beatles, é de fato uma geringonça desengonçada construída “nas coxas” por dálitis, e que ainda assim tem uma sonoridade penetrante.

Outro destaque foi a música “Vamos andar na praia”, cujo pedido já havia sido gritado por alguém do público e foi a única com voz e letra, ainda que com efeitos suficientes para tornar o vocal um outro instrumento.


A qualidade artística dos vídeos que compunham a atmosfera do show era de altíssimo nível, entretanto, o integrante da banda que controlava o projetor não foi feliz na posição que escolheu para a exibição. Começou acertado no centro do palco, mas por alguma razão que me escapa, precisou mudar de ângulo e projetou as imagens para atrás da mesma maldita caixa que havia começado com problemas técnicos. Resultado: o público que se sentou nas fileiras da direita teve dificuldade de visualizar o trabalho, garantindo alguns torcicolos cariocas para o sábado de manhã.


O Binário é uma banda ousada, com músicas de longa duração e nem todas de fácil assimilação, e que merece uma produção à altura, com requintes que bandas independentes no Brasil não costumam ter à disposição. Apesar do bom trabalho durante o evento, o operador de luz da casa não soube lidar muito bem com a excentricidade artística deles, e o baterista conseguiu resolver a questão pedindo em voz alta o mínimo de luz possível pois “é assim que o público gosta”.


Visualmente, o show foi encerrado com uma animação hilariante do Don Hertzfeldt, que arrancou gargalhadas da platéia. Foi um show bem interessante, com destaque para os climas cinematográficos e experimentações sonoras, e merece ser revisto sem os imprevistos técnicos.

sábado, 13 de março de 2010

Show extra no Rio de Janeiro



Do site do Sebo Baratos da Ribeiro.

"Galera,

Na frente do Teatro Nelson Rodrigues, acabamos de decidir: antes de pegarem um avião às 18:00, a banda CALDO DE PIABA faz um show extra no Sebo Baratos, sábado (dia 13/03) às 15h30.

Vindos do Acre, foram destaque da Mostra Instrumental Contemporânea.

Ouça a banda no página deles no My Space: http://www.myspace.com/caldodepiaba

Dependemos só da divulgação virtual, feita de improviso. Ajude a divulgar!"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Caldo no Rio, chegando...

Fala Povo!

Já estamos na cidade maravilhosa, com uma recepção idem pelo pessoal da Ponte Plural, coletivo FDE que nos dá o suporte para tocarmos amanhã na Mostra Instrumental Contemporânea - MIC , no Teatro Nelson Rodrigues da Caixa Cultural (veja a programação!). Na verdade estamos hospedados de frente pra Baía de Guanabara, na praia de São Francisco, Niterói, no apartamento do Daniel e da Lua. Já recebemos a visita do nosso amigo, batera, luthier e empreendedor Fabiano, que toca na banda Os Outros. Ele nos atualizou de seus projetos, e levou a minha caixinha de bronze pra consertar. Juro que é a ultima tentativa de consertar essa bicha...

Capa...


... e recheio!

Logo que desembarcamos no aeroporto Santos Dumont (parece que vai pousar na água!) recebemos uma ligação do pessoal da Agência de Notícias do Acre, e ficamos sabendo que tinha saído uma matéria sobre a MIC, com o Caldo em destaque, na capa do caderno B do Jornal do Brasil. Corremos pra banca e garantimos alguns exemplares! Confira aqui a matéria íntegra. Mais tarde rolou também uma entrevista com o pessoal da Rádio Microfonia, aqui mesmo no apê da Lua e do Daniel. Agora é só descansar pra amanhã...


sábado, 6 de março de 2010

Mostra Instrumental Contemporânea

Do site do Coquetel Molotov.

Mostra revela cena instrumental brasileira em 3 noites

A CAIXA Cultural do Rio de Janeiro apresenta, nos dias 12, 13 e 14 de março, a Mostra Instrumental Contemporânea (MIC) com a presença de seis bandas de diversas cidades brasileiras. Em comum entre elas está a vontade de ousar e desafiar parâmetros musicais, experimentando linguagens e trabalhando tanto ritmos brasileiros quanto universais.

O projeto traz, em três noites, shows gratuitos de bandas que variam do Dub Free Jazz ao Post-Rock-Metal. Como participantes desta primeira edição do evento, a produção convidou os grupos Caldo de Piaba (AC), Binário (RJ), A Banda de Joseph Tourton (PE), Guizado (SP), Fossil (CE) (foto) e Elma (SP). Todos os artistas convidados são considerados promessas da atual cena musical independente no Brasil e tem se destacado com trabalhos autorais autênticos, atraindo um novo público para o fortalecimento da música instrumental nacional.

A Mostra Instrumental Contemporânea, iniciativa do grupo recifense Coquetel Molotov, tem a proposta de ser um evento para mostrar ao público novas vertentes da música instrumental, sem limitar-se aos gêneros musicais comumente vistos. A Mostra procura abrir uma janela para apresentar ao público carioca a diversidade das bandas instrumentais brasileiras da atualidade.

Atrações - Na primeira noite, sexta-feira dia 12, o MIC apresenta show com as bandas “Caldo de Piaba” e “Binário”. Caldo de Piaba é uma banda do Acre, que, em suas misturas musicais, trabalha com carimbó, guitarradas do Pará, Ska e Rock'n'roll. O grupo tem circulado bastante pelos festivais independentes do país e conquistam o público com suas releituras envolventes. A Binário, que já está na batalha há cinco anos no Rio de Janeiro, faz da liberdade estética e da pluralidade de referências de seus integrantes um laboratório de sons e imagens inusitados.

No sábado dia 13, a versatilidade de sons toma conta da CAIXA Cultural com os shows de “Guizado” e “A Banda de Joseph Tourton”. Reconhecidos como uma das revelações do atual cenário musical pernambucano, “A Banda de Joseph Tourton” impressiona pela sua criatividade e ousadia na execução das músicas que possuem influências diversas. “Guizado”, projeto musical do trompetista Gui Mendonça, faz uma mistura psicodélica dub e jazzística com texturas eletrônicas resultando numa música hipnótica para os ouvintes.

O último dia da Mostra Instrumental Contemporânea é dedicado a bandas com uma pegada mais pesada. “Fóssil” e “Elma” sobem ao palco no domingo, dia 14, para encerrar o projeto em grande estilo. Os integrantes do “Fóssil” desenvolvem suas músicas investindo em uma estrutura linear, porém variada, baseada em camadas sonoras sobrepostas. Fazendo Metal sem utilizar os clichês do gênero e criando uma atmosfera punk sem vocal, o “Elma” é pesado e barulhento como uma mistura de Melvins e Pelican.

MOSTRA INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEA
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 12 de março, às 19h30: Caldo de Piaba (AC) e Binário (RJ)
Sábado, 13 de março, às 19h30: A Banda de Joseph Tourton (PE) e Guizado (SP)
Domingo, 14 de março, às 19h30: Fossil (CE) e Elma (SP)
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues
Endereço: Av. República do Chile, 230, Centro (Próximo ao Metrô: Estação Carioca)
Entrada Franca
Capacidade: 388 lugares (sendo 2 para cadeirantes)
Classificação: Livre
Acesso para portadores de necessidades especiais
Mais informações: www.caixa.gov.br/caixacultural


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Diálogo na rodoviária, uma questão fonética.

- Moço, quanto é a passagem de Natal pra Recife?

- Cinquenta e seis reais, mais taxa de embarque, que você paga lá em Natal mesmo.

- Beleza, vê três!

- O nome dos passageiros, por favor.

- Vamo lá: Eduardo Di Deus, mas o "de" é com "i"!

- "De" com "i"?!

- Isso...

[...]

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Caldo da Peste, Piaba no Nordeste em resumo

"Ao contrário do que se imagina, as distâncias entre o Sul e o Norte não são as maiores do Brasil. Por rodovia, Rio Branco e Porto Velho estão mais próximas de Porto Alegre do que de Belém ou qualquer capital do Nordeste. Como não temos linhas retas saindo do Acre direto para o nordeste, foram mais de 56h viajando. Mais de (5.124 + 125+ 632 + 839 + 191 + 191 + 120 + 185) 6.568 km percorridos entre Rio Branco (AC), Maceió, Arapiraca (AL), Salvador (BA), Recife (PE), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Natal (RN). 2 aviões. 8 ônibus interestaduais e intermunicipais. Alguns outros de transporte coletivo urbano. 8 camas diferentes. Alguns lavabos e banheiros químicos. Mais de 15 coxinhas de frango. Alguns outros sanduíches. Bloqueador solar fator 30. Mais de 30 garrafas de água mineral. 2000 mil fotografias digitais e mais uns outros tantos vídeos amadores. 50 cds do caldo de piaba espalhados por aí. 41 e uns outros vieram parar no Acre graças a turnê apoiada e patrocinada pelos vários coletivos que compõe o circuito fora do eixo, viabilizando uma banda sair do Acre e mostrar seu trabalho por esse brasilzão adentro." [...]

Esse é o comecinho do resumão de nossa primeira tour pelo Nordeste, feito pela Kaline Rossi (núcleo de comunicação do Catraia), que nos acompanhou durante toda a viagem. Acesse o texto na íntegra no Blog do Catraia. Valeu demais pela força, Ka!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Últimas paradas: João Pessoa e Natal

Os dois últimos shows de nossa tour pelo Nordeste foram nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Foi uma esticada na tour, já que por questões de agenda não pudemos tocar nos Grito Rock de ambas as cidades, nem na Chamada Carnavalesca do Rock de Natal. Mesmo com pouco tempo pra divulgação, o Coletivo Mundo e o Do Sol nos receberam em suas casas (de morar), e promoveram 2 ótimos shows em suas belas e aconchegantes casas (de show).

Chegamos a João Pessoa no final da manhã da quinta-feira (também de cinzas) pós carnavalesca. Rayan, do Coletivo Mundo e da Nublado nos recebeu em seu apartamento, em meio aos preparativos pro Grito Rock de lá, que rola essa semana. Foi oportunidade pra Kaline (que foi fundamental na tour, cuidando da banquinha e das comunicações) e eu visitarmos sua avó, que mora na capital paraibana.

Praça Anthenor Navarro; ao fundo, o prédio da Associação Comercial

Espaço Mundo, Praça Anthenor Navarro

Espaço Mundo, Praça Anthenor Navarro

Logo já era hora de irmos pro Espaço Mundo, onde rolaria o show. O espaço é localizado no centro histórico da cidade, na Praça Anthenor Navarro, num bairro que curiosamente tem o mesmo nome do festival aqui do Acre, Varadouro. Fica numa espécie de reduto cultural, onde muita coisa acontece.


Estúdio 24h (João Pessoa-PB)

Antes do show, deu tempo ainda de conhecermo o estúdio 24h, o "estúdio do Burro Morto", banda que também integra a Agência Fora do Eixo. Localizado no prédio da associação comercial da cidade (onde ficam mais 2 estúdios), o 24h tem uma estrutura de primeira, com uma sala de gravação bem grande (com pé direito alto). Investimento foda que fizeram com recursos do projeto pixinguinha. Foi lá que gravaram o primeiro disco cheio, a sair em breve.


O Mundo por dentro


De volta ao Espaço Mundo, rapidamente a estrutura foi montada pro show. O espaço é gerido coletivamente pelo pessoal do Mundo, que se reveza nas múltiplas tarefas: fritar batatas, montar o palco, cuidar do bar etc e tal. O espaço chama a atenção pelo cuidado nos detalhes: as artes nas paredes, os panfletos. Tá nos planos do coletivo alugar o andar de cima, mas parece que o proprietário é reticente em liberar o antigo escritório de uma usina de cana falida a dez anos pra casa ganhar um segundo ambiente.

Montagem do palco

Rayan (banda Nublado e Coletivo Mundo) e as batatas

De volta ao Espaço Mundo, rapidamente a estrutura foi montada pro show. O espaço é gerido coletivamente pelo pessoal do Mundo, que se reveza nas múltiplas tarefas: fritar batatas, montar o palco, cuidar do bar etc e tal. O espaço chama a atenção pelo cuidado nos detalhes: as artes nas paredes, os panfletos. Tá nos planos do coletivo alugar o andar de cima, mas parece que o proprietário é reticente em liberar o antigo escritório de uma usina de cana falida a dez anos pra casa ganhar um segundo ambiente.

No dia do show rolou também a vernisage da exposição Visto na Rua, duma artista francesa chamada Tooza. O trabalho dela é muito interessante: ela faz bricolagens de artes urbanas de diversos lugares do mundo. Grafittis e outras artes urbanas de Marselha, Salvador, Olinda, Paris e de tantos outros lugares se misturam. Seria uma arte "cover"? Pra mim é recriação, transformação, tem o olhar em cima do olhar.

Parte da exposição Visto na Rua

Nosso show foi divertido, leve e bem próximo do público, que recebeu a gente muito bem e interagiu, antes, durante e depois. Conversas interessantes com os frequentadores do Espaço, e com o pessoal de outras bandas. Foi legal conhecer o pessoal d' Os Caronas do Opala, banda que toca "música popular melodramática" dos anos 60 e 70, o brega. Ao final, enquanto conversávamos na Praça Anthenor Navarro, escutávamos um som que vinha de algum estúdio. "É do estúdio do Chico Corrêa (e eletronic band)", explicou alguém.

Na sexta-feira, dia 19/02, logo pela manhã, chegamos 3 minutos atrasados na rodoviária e perdemos o ônibus. "Era pra Natal, é? Saiu faz teeeeempo!", disse a moça da catraca do embarque. Pelo menos deu tempo de comer uma tapioca antes do próximo ônibus. Em natal, super recepção na casa de Ana Morena e Anderson Foca (onde também funciona o estúdio do Do Sol). Por lá também o onipresente Dimmy (que tocou com a gente em Salvador e esteve em Recife no Rec Beat), um dos bateras clonados do Vendo 147. Além de quebrar tudo na batera e ser pioneiro na loucura de uma batera 2 em 1 no Brasil, Dimmy também tem o dom da cozinha: complementou a macarronada de Ana com uma deliciosa Carne de Fumêro, direto do interior da Bahia. É como se fosse um bacon, também feita com carne e porco, mas com quase nada de gordura. Fantástico! Pena que a pimenta baiana que ele serviu num era tão ardida assim. Foi uma prévia pro Rock na Cozinha (é esse mesmo o nome?), um programa em quem ele vai apresentar bandas de todo o país e fazer pratos de suas respectivas regiões. Quero só ver se vai rolar um Caldim de Piaba por aí...

Conversa boa durante toda a tarde na mesma varanda que foi cenário da polêmica entrevista do Pablo Capilé pro blog O Inimigo. Falamos bastante sobre o Do Sol e sua estrutura (casa, estúdio e muito mais), sobre o portal nagulha, sobre o Circuito, e sobre qual era a praia mais próxima, é claro.


O show no Centro Cultural do Sol foi muito aconchegante também. Palco montado no chão, mais próximo das pessoas. Pouco antes do show Foca se desculpava antecipadamente, pois achava que o público poderia ser miado. No entanto, enquanto assistíamos ao documentário do Jimi Hendrix, as pessoas foram chegando. Mais de duzentas, na conta do Foca, que prestigiaram a noite instrumental com Camarones Orquestra Guitarrística (outra banda da agência FDE) e Caldo de Piaba.

Camarones Orquestra Guitarrística

O show Camarones contou com a participação do Dimmy na bateria, antecipando a participação especial que fará na tour da banda pelo Nordeste em março, substituindo temporariamente o Xandi. O do Caldo, pra fechar a tour, teve mais improviso do que nos anteriores.

Béquistaige

Caldo no Sol

No dia seguinte, tempo pra visitar a praia pela última vez. Ana Morena deu carona pra Saulo, Kaline e eu até a praia de Ponta Negra, enquanto Miúda foi procurar discos no Shopping. Foi tempo de encontrar também os 3 irmãos da Kaline que moram em Natal. Um deles, treinador de Judô, me ensinou como se deve apertar a mão de um cunhado. Ainda bem que foi depois de todos os shows terem terminado...

Praia de Ponta Negra

"Picolé caseiiiirôôôô.... Caicóóóóóó!"

As quase 24h de estrada e vôo desde Natal até Rio Branco foram na verdade pouco tempo pra ficha cair de tudo que aconteceu que nesses 15 dias, com 7 shows em 7 cidades. Chegamos em Rio Branco cansados, mas com a sensação de dever cumprido; e com a sensação que estávamos há uns 2 meses na estrada.


Di Deus


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Rock encorpado do Acre

Já estamos na rodoviária de João Pessoa, aguardando o ônibus pra Natal. Enquanto isso, reproduzimos na íntegra reportagem do Diário de Pernambuco:


Rock encorpado do Acre

No Norte do país, a expressão "caldo de piaba" significa algo ralo, aguado, sem conteúdo. O trio acreano que leva esse nome passa longe dessa expressão. Com baixo, guitarra e bateria, a combinação, verdade, é compacta. Mas as conexões com o nome terminam por aí. Saulo Machado (guitarra "e gritos"), Eduardo di Deus (bateria) e Artur Miúdo (baixo) fazem um rock vigoroso, encorpado e cheio de groove. No show que fizeram no Rec-Beat, na última terça-feira, eles tocaram deliciosas versões de I want you (She's so heavy), do Beatles, e No caminho do bem (Tim Maia). Nunca haviam tocado para um público tão grande, mas dominaram o palco, mesmo que, intimamente, não estivessem lá tão confiantes. "Quando eu olhava e via a multidão, eu fechava os olhos de medo", ria o baterista, em entrevista depois do show.



Caldo de Piaba tem conquistado espaço por meio de festivais independentes Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press


Juntos há menos de dois anos, a Caldo de Piaba está conquistando espaço por meio de festivais independentes. Participaram do Varadouro, em Rio Branco mesmo, e do Calango, no Mato Grosso. "Fazemos parte de um coletivode bandas, o Catraia, para fortalecer a cena local e estabeler contato com outros estados por meio do circuito Fora de Eixo. Isso viabiliza a nossa circulação fora do Acre", explica Eduardo.

Por enquanto, o trio nem pensa em deixar o estado do extremo norte. "O Acre é lindo, meu bem", tenta convencer Eduardo. "É um estado de fronteira, com uma cultura rica e um projeto piloto para conter o devastamento da floresta amazônica", explica. Tanto Eduardo quanto Saulo são nascidos no sudeste e migraram para o Acre levados pelos pais, quando eram pequenos. Filho da terra, só Artur. "Queremos circular com a banda, fazer shows, participar de festivais. Mas não pensamos em nos mudar do Acre para conseguir mais divulgação", diz.

Como a viagem do Acre até o Nordeste dura mais de 12 horas de avião, o trio aproveitou o convite do Rec-Beat para fazer uma miniturnê pela região. Já tocaram em Maceió, Arapiraca, Salvador e Campo Grande. Hoje, se apresentam no Espaço Mundo, em João Pessoa. Depois, voltam para o distante e, agora, menos desconhecido Acre.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

De Recife a João Pessoa

Nesta quinta-feira pós carnaval partimos de Recife, rumo a João Pessoa. A capital caótica de Pernambuco foi nossa base na tour pelo Nordeste, onde passamos a maior parte do tempo. Ficamos hospedados na casa da Mayara do Lumo Coletivo, sendo muito bem recebidos por toda sua família: a Rô, sua mãe, e pelos irmãos Pablo e Yasmin (ótimos cozinheiros!). A casa deles fica em Candeias, bairro do município de Jaboatão dos Guararapes que, junto de Olinda, integra a região metropolitana de Recife. Um bairro residencial muito próximo da praia, mas com um aspecto de interior.

Entre um viaduto e outro, banana, abóbora e cebolinha!

Dizem que Recife é uma das cidades mais violentas do país. Sei lá como é que se mede a violência, mas essa fama assusta um pouco. O fato é que logo de cara a cidade ofereceu uma surpresa: hortas e roças urbanas em áreas verdes na entrada da cidade, áreas que em geral servem apenas pra decorar os viadutos e anéis viários. Fiquei imaginando como seria algo parecido numa cidade cheia de gramados e áreas verdes como Brasília. O Eixão tomado por hortas e pomares; a via EPIA (que liga o centro ao aeroporto e à cidade satélite do Guará) cheia de roçados de macaxeira e banana. Difícil de ocorrer numa cidade em que o tombamento às vezes serve de desculpa pra segregação territorial de classe.

Apresentação de música indiana na abertura do 19º Encontro da Nova Consciência, em Campina Grande

Depois de dois dias entre Jaboatão dos Guararapes, Recife e Olinda seguimos para Campina Grande, onde tocamos na sexta-feira de carnaval, dia da abertura do 19º Encontro da Nova Consciência. O encontro tem um perfil ecumênico, de cultura da paz, e também da pluralidade. Esse ano o tema central foi sustentabilidade e responsabilidade socioambiental. Todos os anos são abrigados diversos encontros paralelos: de profissionais do sexo, ufólogos, hare krishnas, santo daime, e muitos mais. Essa diversidade, no entanto, gerou reações. No ano passado esse tradicional encontro foi desalojado do lugar onde costumeiramente ocorria – o espaço onde ocorre os festejos juninos da cidade – para dar lugar a outro encontro, nada plural, promovido por uma vertente religiosa. Como se não bastasse, foi usado quase o mesmo nome do encontro original. O ENC, no entanto, resiste. Nosso show foi no Rock na Consciência, realizado no Bronx Pub, uma das programações musicais do evento. No mesmo dia, pudemos conferir os shows de Bnegão Sound System e Burro Morto no palco principal, armado literalmente embaixo da ponte.

Rockeirada do Bronx pub dançando ao som do Caldo

Campina Grande e Tapioca idem

No domingo de carnaval, quando já tínhamos voltado ao recife, rolou ainda o Grito Rock Campina Grande, completando a programação musical do Encontro. Foi uma promoção do emergente Coletivo Natora, que nos recebeu muito bem na cidade. O coletivo, liderado pelo pessoal do Sex on the Beach (que havia tocado com a gente no Grito Rock de Maceió), foi formado durante a Coluna Fora do Eixo Nordeste, que passou por lá no final de 2009 e integrou uma galera que já trampava com produção. Diogo e Marlo nos explicaram que Campina é uma cidade universitária, e que isso gera uma rotatividade muito grande no público. Eles mesmos são de outras cidades daqui do nordeste. Estar em uma cidade universitária pode dificultar a consolidação de um público local, que se renova a cada 4 ou 5 anos, mas traz a oportunidade também de ser um polo formador de público pra outras localidades. Uma posição estratégica, numa cidade bonita e aprazível. Pena foi ter passado apenas um dia por lá. No sábado de manhã já embarcávamos de volta para o Recife.


Diogo (Sex on the Beach) e seu chevetão laranja, veículo oficial do Natora Coletivo

Em Pernambuco respiramos música. O carnaval aqui é uma loucura: muitos palcos espalhados pelo Recife antigo (a região “histórica” da cidade), por Olinda, e por um sem número de polos nos bairros. Há alguns poucos anos a prefeitura vem descentralizando o carnaval de rua, levando grandes atrações como Nação Zumbi e Jorge bem pra tocar não somente no Recife antigo, mas também nos bairros. Tinha de tudo acontecendo ao-mesmo-tempo-agora: desde as manifestações mais “tradicionais” do Pernambuco, como o frevo e o maracatu, até shows de artistas populares como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Dudu Nobre, Otto e Lenine no Marco Zero, passando por shows um tanto estranhos pruma programação carnavalesca, como Nxzero, até a programação interessante e diversificada do Rec Beat. Acabamos nos concentrando na programação do Rec Beat, com algumas fugidas pra ver uns grupos de Maracatu passando e um ou outro show. Destaque pro de Otto no Marco Zero, com o Pupilo da Nação Zumbi na bateria e Catatau do Cidadão Instigado na guitarra. Me arrependo só de ter perdido a noite dos tambores silenciosos, que ocorria no Pátio do Terço, não tão perto do Cais da Alfândega, local do Rec Beat. Sempre na noite de segunda-feira de carnaval um grande número de grupos de maracatu se encontram e tocam juntos. Mas outros carnavais virão...
Passagem de som, e a rua vazia, 7h45 da manhã

Quase na hora...

Na hora!

Era gente, ó

A programação do Rec Beat foi diversificada e surpreendente. Tiveram espaço bandas novas como as locais Banda de Joseph Tourton, Rastidae (que teve seu show interrompido na segunda música por problemas técnicos) e a gente, junto de artistas aclamados como Céu e Cidadão Instigado, que fizeram ótimos shows, totalmente conectados com o público. Destaque pras participações especiais do Guizado e da Ana Elis Assunção no show da Céu. Gabi Amarantos, diva do tecnobrega paraense, improvisou, brincou, e fez o povo dançar como se estivesse numa aparelhagem em Belém.

Paco Sotelo, do Cabezas de Cera (México)

Dos internacionais, surpreenderam os shows dos espanhóis do Ojos de Brujo, que mistura um monte de ritmos com música flamenca, e a experimentação dos mexicanos do Cabezas de Cera com instrumentos nada usuais. Interessantíssimo o set de batera de Paco Sotelo, com uma caixinha de 12”, bumbo, chimbal, pratos de efeito e dois módulos de bateria eletrônica. Os instrumentos de corda usados pelo Mauricio Sotelo são únicos, construídos por ele mesmo. Um show cheio de texturas e climas, perfeito! Foi impressionante também o trabalho de toda a equipe do festival: produção impecável e sonorização de primeira qualidade, tanto na equipe quanto no equipamento. Não é a toa que o Rec Beat completou 15 anos, consolidado como um elemento chave da programação do carnaval de rua de Recife, talvez o mais popular e democrático do país.

Rolou também durante todos os dias a transmissão de áudio e video do festival, realizada pelo Lumo Coletivo. Durante nosso show três músicas foram retransmitidas ao vivo pela TV Aldeia, do sistema público de comunicação do Acre. Aliás, dá pra conferir o nosso e outros shows do Rec Beat na íntegra aqui. Esse ano o carnaval em nosso estado tem como tema a Floresta Digital, programa do governo que está entrando em operação agora, levando sinal de internet wi fi gratuitamente para todos. Por isso, a transmissão das festas foi marcada pela interatividade com a rede. Antes de sair de Rio Branco a gente já tinha gravado uma vinhetinha explicando o que era a rede do Myspace, que ia ao ar nessa programação especial.

Pra mim a passagem por Recife se tornou ainda mais especial pelo número de amigos brasilienses que rencontrei. Marina, Joana, Clara, Julia, Manu, Pedro, Leo, Marina, Rogê, Dudu e Rosana estavam presentes no show do Caldo no Rec Beat e em outros encontros nessa semana em PE. No meio do mar de gente do Cais da Alfândega, uma ilha familiar.

Ainda hoje tocaremos em João Pessoa, na abertura de uma exposição de arte no Espaço Mundo, do coletivo homônimo. Estamos curiosos pra conhecer a casa deste que é mais um dos coletivos do Circuito Fora do Eixo que vai nos receber nessa tour. O espaço fica bem no centro histórico da cidade, num bairro chamado coincidentemente de Varadouro, o nome do festival que o Catraia organiza em Rio Branco. Mais no site do coletivo mundo.

Amanhã, completando a ressaca de carnaval e encerrando a tour, subimos pras terras potiguares, onde seremos recebidos no Centro Cultural Do Sol para tocar junto de outra banda instrumental da Agência Fora do Eixo, a Camarones Orquestra Guitarrística. Mais no site Do Sol.

Té mais,

Di Deus.