segunda-feira, 29 de março de 2010

Festival Fora do Eixo e seguindo...

Em março estivemos no Rio de Janeiro para participar da Mostra Instrumental Contemporânea, organizada pelo pessoal do Coquetel Molotov. De volta a Rio Branco, no Mangueiras Bar e no Loft, além de gravar a trilha da exposição "A imagem da música", da fotógrafa Talita Oliveira, que deve ficar pronta em breve.

Abril é tempo de voltar pra estrada. Já estamos em São Paulo para participar do Festival Fora do Eixo entre os dias 6 e 11. Além da programação musical com artistas da Agência Fora do Eixo e convidados, ocupando casas noturnas e espaços culturais da capital paulista, a programação tem também artes visuais e teatro, revelando ao público paulista outras frentes de trabalho do Circuito Fora do Eixo. A programação e outras informações podem ser acessadas no site do Festival.

Ontem rolou a abertura no auditório do Itaú Cultural, com shows do Mini Box Lunar e Jards Macalé. Mini Box abriu pra um auditório lotado, e fez as pessoas que ocupavam o mezanino e as laterais do espaço dançarem ao som da mistura de marchinhas, psicodelia e vocais modulados. Antes de entregarem o palco pro Jars Macalé, fizeram uma versão de Mal Secreto. Jards fez algumas em voz e violão, e em seguida Mini Box retornou ao palco para tocarem juntos versões intensas de Vapor Barato, Revendo os Amigos e Farrapo Humano.

JJ, Jards Macalé e Heluana, ontem no Itaú Cultural, por Victor Sá

Grande abertura pro Festival, que segue hoje com shows de Macaco Bong e Caldo de Piaba no Studio SP, que fica na rua Augusta. Até domingo tocam em São Paulo as bandas Burro Morto (PB), Cabruêra (PB), Nevilton (PR), Calistoga (RN), Canastra (RJ), Facas Voadoras (MS) e Porcas Borboletas (MG).

Depois do Festival Fora do Eixo, a gente embarca em tour pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, conhecendo alguns coletivos que fazem parte do Circuito pelos interiores com as bandas paraibanas Burro Morto e Cabruêra, e também fazendo um show do Conexão Vivo em Belo Horizonte. Essa é a agenda do rolê:

07/04 - São Paulo - Studio SP (Festival Fora do Eixo)
11/04 - Araraquara - Teatro de Arena
12/04 - São Carlos - Rádio UFSCar
13/04 - São Carlos - Palquinho Maluco
14/04 - Bauru - Madame Pimenta
15/04 - Guaxupé - Teatro Municipal
16/04 - Franca - Mestiço Bar
17/04 - Belo Horizonte - Lapa Multshow (Conexão Vivo)
20/04 - Araguari
21/04 - Patos de Minas
22/04 - Belo Horizonte - A Obra (Noite Fora do Eixo)

quarta-feira, 24 de março de 2010

EP Volume Dois do Caldo de Piaba para baixar


Amiguis,

Nosso EP Volume Dois está disponível para baixar. Ele foi gravado em janeiro de 2010 no RB Estúdio, com gravação, mixagem e masterização de José Risley. Foi tornado possível pelo remanejamento de um resíduo de recursos de projeto aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Culturapara a finalidade de prensagem de disco de outra banda, que acabou se desfazendo. Com esse remanejamento, Caldo de Piaba e Mogno (escute!) fizeram o registro de 4 músicas cada.

Clique AQUI e baixe o EP Volume Dois!



Por Bruno Nogueira:

Volume Dois do Caldo de Piaba traz até versão para sucesso do brega da Djavu!

"O Caldo de Piaba é prova viva da descentralização da música hoje no Brasil. A banda não precisou mudar sua base de operações, o Acre, para conseguir estar presente na programação de vários festivais e circuitos de shows em todo o país. Instrumental que vai do Carimbó as guitarradas do Pará, eles não deixam a mistura engrossar demais quando se trata de divulgar a cultura da própria terra. Por onde passam, também tocam versões para antigas canções do Acre e, a cada, show, aumentam a coleção de queixos caindo no público. Mas só os daqueles que não param um segundo de dançar.

A banda lançou agora o segundo EP, batizado de “Volume Dois” com mais quatro faixas novas. Ainda esse ano eles prometem reunir material mais encorpado para lançar o primeiro disco, que deve sair pelo selo Fora do Eixo Discos. Aliás, falando em Fora do Eixo, quem estiver em São Paulo no começo de abril terá chance de ver o Caldo ao vivo, eles tocam na programação do festival que os coletivos promovem por lá. Quem não pode viajar, fica o comentário faixa a faixa que o baterista Di Deus fez do novo trabalho. E, logo abaixo, claro, um link para download:
  1. Moliendo Cafe é uma música da década de 1950, do venezuelando Hugo Blanco, que teve centenas de versões pelo mundo. De Julio Iglesias a uns japoneses doidos, muita gente já gravou esse tema, em versões cantadas e instrumentais. A versão que nos inspirou é de Poly e seu Conjunto, instrumental dos anos 1970. É um tema clássico, que o povo aqui no Acre já dançou muito…
  2. People One, a segunda música, a gente chamava de Plé Plé Hum, uma brincadeira com o som marcante da guitarra. Um tema funkeado que vira uma versão dum Afrossamba do Baden Powell e volta pro tema inicial.
  3. Sborba é o nome que demos pra esse bolerinho inspirado no som d’ Os Incríveis. É também o nome de um clube de 61 anos, reformado agora pelo governo do acre, que é um verdadeiro templo dos bailes.
  4. Fecha o Volume Dois a que chamamos de Dexavi (o que pensa), nossa versão DubBrega do maior sucesso do Dejavu."

segunda-feira, 22 de março de 2010

Videos Caldo de Piaba no Rio de Janeiro

O primeiro vídeo é a música O fanq, executada no show realizado na Mostra Instrumental Contemporânea, no Teatro Nelson Rodrigues da Caixa Cultural, dia 12 de março.




O segundo vídeo é do show extra que fizemos, no dia seguinte da mostra, a convite do pessoal do Sebo Baratos da Ribeiro, em Copacabana. Reparem na participação especial incidental!

terça-feira, 16 de março de 2010

Caldo de Piaba & Binário no MIC


Já experimentou Caldo de Piaba? Nós sim. E curtimos o Binário, também. Confira aqui a resenha de ambos os shows, integrantes da Mostra Instrumental Contemporânea, realizada na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

Por Bruno Stehling, da Rádio Microfonia
Fotos Ana Paula de Araújo, do Coletivo Ponte Plural


Mostra Instrumental Contemporânea - Caldo de Piaba

Sexta feira, horário de happy-hour, 19:30, um Teatro Nelson Rodrigues com poucos lugares vazios e um público bem interessado. Rio de Janeiro, um festival de música instrumental e, de uma forma geral, mais voltado para o rock independente, termos que os iniciados já tomariam por contradições típicas me fizeram ir com curiosidade extra e ouvidos bem atentos.

Já conhecia a banda de abertura, mas o show do Caldo de Piaba foi muito além das minhas expectativas. Esse trio de nome curioso vem do estado do Acre, e apesar da formação tipicamente roqueira: guitarra distorcida, baixo e bateria, sua sonoridade é uma convergência instigante dos estilos mais improváveis.


Rock com carimbó, Funk Music e guitarrada do Pará, ou techno brega em versão dub soa exótico demais pra você? Pois saiba que o resultado é coeso, empolgante e rock’n’roll graças à sonoridade típica de trio e à perspicácia técnica dos integrantes.

Cada música conta sua própria história sonora com mudanças de andamentos, estilos e clímax diversos. Ao lado de suas excelentes composições, versões geniais de Baden-Powel, Tim Maia e João Donato faziam parte do repertório. Entre elas um cruzeiro musical levou “I want you (She’s so heavy)” dos Beatles pelos mares do Reggae, blues e rock pré-grunge (na linha que os próprios garotos de Liverpool já haviam anunciado em Helter Skelter).

O coração melódico era uma guitarra telecaster canhota com um captador P-90 no braço e um humbucker na ponte, tocada com bom gosto e em alto volume. Na bateria um estilo free, que me lembrou por vezes a banda novaiorquina Television, ainda que com uma ou outra imperfeição, e no baixo, de uma introspecção comovente saíam levadas e frases precisas.


Para nos localizar nessa viagem cultural, a voz tímida do guitarrista anunciava algumas canções e gritava uma ou outra frase de algum refrão. O baterista também prestava sua assistência no papel de guia turístico com frases como “agora vamos ao Pará”, ou “Deja-vu: Techno brega em versão dub!”.

O som da casa estava tão impecável quanto os timbres dos instrumentos, os arranjos deixavam espaço para cada um mostrar o seu talento, e o virtuosismo ficava na dose certa, tendo sempre a canção como ponto central.

Foi um daqueles shows pra aplaudir de pé.




Segundo show da noite - Binário


A única banda local a tocar no evento foi o Binário, e logo após o impecável e empolgante show dos acrianos do Caldo de Piaba. O conjunto não faz apenas música, eles têm um trabalho videográfico com importância central em suas apresentações. Uma formação com muitos músicos, parafernália de cabos e pedais, e ousadia nos timbres constroem uma plasticidade musical com a sucessão de climas que dialoga bem com os vídeos.

Entretanto, a noite trouxe dois imprevistos. Um acidente com o pai de um dos integrantes, momentos antes do show, obrigou a banda a tocar de improviso com uma formação compacta. O outro, muito menos grave, foi técnico.

Logo nas primeiras notas, o sistema de som da casa, até então impecável, começou a falhar, e uma das caixas distorceu os graves, comprometendo o início da apresentação e desconcentrando os músicos. Foram precisas algumas músicas até sanarem o problema e felizmente a banda começou a se sentir em casa, retomando o controle do show.

O Binário deu uma aula de entrosamento, pois conseguiram superar as limitações imprevistas na formação com baixista e guitarrista trocando de papéis algumas vezes por música e dando conta de sintetizadores e outros instrumentos. Em uma das músicas tocaram com maestria uma cítara, aquele instrumento indiano que quem conhece bem de perto, e apesar do glamour desde os Beatles, é de fato uma geringonça desengonçada construída “nas coxas” por dálitis, e que ainda assim tem uma sonoridade penetrante.

Outro destaque foi a música “Vamos andar na praia”, cujo pedido já havia sido gritado por alguém do público e foi a única com voz e letra, ainda que com efeitos suficientes para tornar o vocal um outro instrumento.


A qualidade artística dos vídeos que compunham a atmosfera do show era de altíssimo nível, entretanto, o integrante da banda que controlava o projetor não foi feliz na posição que escolheu para a exibição. Começou acertado no centro do palco, mas por alguma razão que me escapa, precisou mudar de ângulo e projetou as imagens para atrás da mesma maldita caixa que havia começado com problemas técnicos. Resultado: o público que se sentou nas fileiras da direita teve dificuldade de visualizar o trabalho, garantindo alguns torcicolos cariocas para o sábado de manhã.


O Binário é uma banda ousada, com músicas de longa duração e nem todas de fácil assimilação, e que merece uma produção à altura, com requintes que bandas independentes no Brasil não costumam ter à disposição. Apesar do bom trabalho durante o evento, o operador de luz da casa não soube lidar muito bem com a excentricidade artística deles, e o baterista conseguiu resolver a questão pedindo em voz alta o mínimo de luz possível pois “é assim que o público gosta”.


Visualmente, o show foi encerrado com uma animação hilariante do Don Hertzfeldt, que arrancou gargalhadas da platéia. Foi um show bem interessante, com destaque para os climas cinematográficos e experimentações sonoras, e merece ser revisto sem os imprevistos técnicos.

sábado, 13 de março de 2010

Show extra no Rio de Janeiro



Do site do Sebo Baratos da Ribeiro.

"Galera,

Na frente do Teatro Nelson Rodrigues, acabamos de decidir: antes de pegarem um avião às 18:00, a banda CALDO DE PIABA faz um show extra no Sebo Baratos, sábado (dia 13/03) às 15h30.

Vindos do Acre, foram destaque da Mostra Instrumental Contemporânea.

Ouça a banda no página deles no My Space: http://www.myspace.com/caldodepiaba

Dependemos só da divulgação virtual, feita de improviso. Ajude a divulgar!"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Caldo no Rio, chegando...

Fala Povo!

Já estamos na cidade maravilhosa, com uma recepção idem pelo pessoal da Ponte Plural, coletivo FDE que nos dá o suporte para tocarmos amanhã na Mostra Instrumental Contemporânea - MIC , no Teatro Nelson Rodrigues da Caixa Cultural (veja a programação!). Na verdade estamos hospedados de frente pra Baía de Guanabara, na praia de São Francisco, Niterói, no apartamento do Daniel e da Lua. Já recebemos a visita do nosso amigo, batera, luthier e empreendedor Fabiano, que toca na banda Os Outros. Ele nos atualizou de seus projetos, e levou a minha caixinha de bronze pra consertar. Juro que é a ultima tentativa de consertar essa bicha...

Capa...


... e recheio!

Logo que desembarcamos no aeroporto Santos Dumont (parece que vai pousar na água!) recebemos uma ligação do pessoal da Agência de Notícias do Acre, e ficamos sabendo que tinha saído uma matéria sobre a MIC, com o Caldo em destaque, na capa do caderno B do Jornal do Brasil. Corremos pra banca e garantimos alguns exemplares! Confira aqui a matéria íntegra. Mais tarde rolou também uma entrevista com o pessoal da Rádio Microfonia, aqui mesmo no apê da Lua e do Daniel. Agora é só descansar pra amanhã...


sábado, 6 de março de 2010

Mostra Instrumental Contemporânea

Do site do Coquetel Molotov.

Mostra revela cena instrumental brasileira em 3 noites

A CAIXA Cultural do Rio de Janeiro apresenta, nos dias 12, 13 e 14 de março, a Mostra Instrumental Contemporânea (MIC) com a presença de seis bandas de diversas cidades brasileiras. Em comum entre elas está a vontade de ousar e desafiar parâmetros musicais, experimentando linguagens e trabalhando tanto ritmos brasileiros quanto universais.

O projeto traz, em três noites, shows gratuitos de bandas que variam do Dub Free Jazz ao Post-Rock-Metal. Como participantes desta primeira edição do evento, a produção convidou os grupos Caldo de Piaba (AC), Binário (RJ), A Banda de Joseph Tourton (PE), Guizado (SP), Fossil (CE) (foto) e Elma (SP). Todos os artistas convidados são considerados promessas da atual cena musical independente no Brasil e tem se destacado com trabalhos autorais autênticos, atraindo um novo público para o fortalecimento da música instrumental nacional.

A Mostra Instrumental Contemporânea, iniciativa do grupo recifense Coquetel Molotov, tem a proposta de ser um evento para mostrar ao público novas vertentes da música instrumental, sem limitar-se aos gêneros musicais comumente vistos. A Mostra procura abrir uma janela para apresentar ao público carioca a diversidade das bandas instrumentais brasileiras da atualidade.

Atrações - Na primeira noite, sexta-feira dia 12, o MIC apresenta show com as bandas “Caldo de Piaba” e “Binário”. Caldo de Piaba é uma banda do Acre, que, em suas misturas musicais, trabalha com carimbó, guitarradas do Pará, Ska e Rock'n'roll. O grupo tem circulado bastante pelos festivais independentes do país e conquistam o público com suas releituras envolventes. A Binário, que já está na batalha há cinco anos no Rio de Janeiro, faz da liberdade estética e da pluralidade de referências de seus integrantes um laboratório de sons e imagens inusitados.

No sábado dia 13, a versatilidade de sons toma conta da CAIXA Cultural com os shows de “Guizado” e “A Banda de Joseph Tourton”. Reconhecidos como uma das revelações do atual cenário musical pernambucano, “A Banda de Joseph Tourton” impressiona pela sua criatividade e ousadia na execução das músicas que possuem influências diversas. “Guizado”, projeto musical do trompetista Gui Mendonça, faz uma mistura psicodélica dub e jazzística com texturas eletrônicas resultando numa música hipnótica para os ouvintes.

O último dia da Mostra Instrumental Contemporânea é dedicado a bandas com uma pegada mais pesada. “Fóssil” e “Elma” sobem ao palco no domingo, dia 14, para encerrar o projeto em grande estilo. Os integrantes do “Fóssil” desenvolvem suas músicas investindo em uma estrutura linear, porém variada, baseada em camadas sonoras sobrepostas. Fazendo Metal sem utilizar os clichês do gênero e criando uma atmosfera punk sem vocal, o “Elma” é pesado e barulhento como uma mistura de Melvins e Pelican.

MOSTRA INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEA
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 12 de março, às 19h30: Caldo de Piaba (AC) e Binário (RJ)
Sábado, 13 de março, às 19h30: A Banda de Joseph Tourton (PE) e Guizado (SP)
Domingo, 14 de março, às 19h30: Fossil (CE) e Elma (SP)
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues
Endereço: Av. República do Chile, 230, Centro (Próximo ao Metrô: Estação Carioca)
Entrada Franca
Capacidade: 388 lugares (sendo 2 para cadeirantes)
Classificação: Livre
Acesso para portadores de necessidades especiais
Mais informações: www.caixa.gov.br/caixacultural