terça-feira, 13 de abril de 2010

Rumo ao interior!

Dificil resumir em poucas palavras tudo que já rolou até agora. Uma semana na estrada, e bem intensa. Tocamos em São Paulo na quarta-feira passada junto com Macaco no Studio SP, e ao longo da semana participamos de diversas atividades do Festival Fora do Eixo. Shows em casas noturnas, reuniões em espaços culturais, apresentações de teatro...

Sob o comando do crescente núcleo de teatro do FDE, o Palco Fora do Eixo, rolou uma intensa programação de performances e intervenções teatrais. Assistimos a duas apresentações, uma das quais rolou na Livraria da Esquina, antes do show do Nevilton, que aparece na cobertura do Clube de Cinema Fora do Eixo para o quarto dia do festival:


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Esse vídeo é uma pequena mostra de algo que ficou patente nas reuniões que rolaram: o Circuito FDE se consolida cada vez mais outras frentes de trabalho, paralelas à música. A frente do audiovisual, com coberturas cada vez mais profissionais e com um núcleo muito estruturado; o crescimento da frente de Teatro. Discussões sobre a necessidade de estruturação de um núcleo para discutir a gestão ambiental nos eventos culturais. Muita coisa, e crescendo...

No sábado, antes de irmos pro CB (Clube Belfiori) assistir ao show do Facas Voadoras e Canastra, assistimos à performance Estado de Guerra, do grupo UHUU, parceiro do Enxame Coletivo, de Bauru. Antes do show, no entanto, momento para reunião em que o destaque foi o Palco Fora do Eixo, ocupando espaço em vários coletivos, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

Foto: Felipe Matos Ohno e Fernanda Vasconcelos

No domingo de manhã, acordamos cedo, mas não ao som da feira livre que tomava conta da rua Mourato Coelho, na Vila Madalena, no dia anterior. É lá que fica o Hostel onde ficamos hospedados durante a semana, logo após termos sido recebidos por dois dias na casa de dois grandes amigos, Júlia e Dantas. Foi tempo de encontrar o pessoal do Porcas Borboletas, que chegava naquela manhã para a apresentação do último dia do festival, que infelizmente perdemos.


Tour Fora do Eixo Minas SP #2

Era a hora de cair na estrada novamente, rumo ao interior de São Paulo e de Minas, em mais uma Tour Fora do Eixo. Em março, passaram por essa rota as bandas Porcas Borboletas e Aeromoças e Tenistas Russas. Agora é a vez da gente fazer essa tour dos interiores, juntamente com os paraibanos da Cabruêra e do Burro Morto, como extensão do Festival Fora do Eixo. É a concretização de rotas de circulação pelo interior com pouquíssimos "day-offs" (os dias sem shows). Tudo só rola com o apoio dos Pontos Fora do Eixo das cidades por onde passamos, e com um caráter de formação: dos coletivos que recebem, das bandas, da equipe que circula junto. Desta vez, seguem com a gente: o Gustavo (Massa Coletiva - São Carlos) na técnica do som; Gabriel Ruiz (Enxame Coletivo - Bauru) e Rafa (Massa Coletiva).

Confere abaixo a rota do Caldo. Lembrando que Cabruera se despede da tour na primeira parada em Belo Horizonte. Burro Morto vai com a gente até Uberlândia, onde tocaremos também com Macaco Bong.

07/04 - São Paulo - Studio SP - Festival Fora do Eixo
11/04 - Araraquara - Teatro de Arena - Noite Fora do Eixo
12/04 - São Carlos - Rádio UFSCar - Programa Independência ou Marte
13/04 - São Carlos - Palquinho Maluco
14/04 - Bauru - Madame Pimenta - Noite Fora do Eixo
15/04 - Guaxupé - Teatro Municipal - Noite Fora do Eixo
16/04 - Franca - Mestiço Bar - Noite Fora do Eixo
17/04 - Belo Horizonte - Music Hall - Conexão Vivo
20/04 - Uberlândia - Goma
21/04 - Patos de Minas -
22/04 - Belo Horizonte - A Obra - Noite Fora do Eixo
23/04 - Montes Claros - Casa Fora do Eixo MC
24/04 - Sabará - Festival Real Instrumental

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Exibir mapa ampliado

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Já estamos em São Carlos, na sede do Massa Coletiva. Já já tocaremos pela segunda vez no palquinho maluco da UFSCar. Em breve mais relatos sobre o show de Araraquara e a participação das 3 bandas no programa Independência ou Marte #139.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rock Amazônico nas noites frias da selva de pedra


Bandas do Amapá, do Acre e de Mato Grosso trazem sons de Fora do Eixo, muito além dos estereótipos


Por Lauro Lisboa Garcia, do Estadão.


Duas noites frias e chuvosas em São Paulo não intimidaram o público interessado nas novidades trazidas pelo Festival Fora do Eixo. A "conexão amazônica", como disse brincando o guitarrista Saulim, do Caldo de Piaba, precipitou caudalosas ondas sonoras a partir do rock, com um mundo de influências para plateias calorosas. Ontem de madrugada, o Caldo (de Rio Branco) dividiu o palco com o Macaco Bong (de Cuiabá) no Studio SP. Os dois power trios (baixo, guitarra e bateria) fizeram a conexão transmidial entre si, numa improvisada mudança de palco, e também pela participação do tecladista Otto Ramos, do Mini Box Lunar, banda do Amapá, que abriu o festival, declaradamente morrendo de frio na selva de pedra, anteontem no Itaú Cultural, com participação de Jards Macalé.

Das três bandas, o Macaco Bong é a mais coesa, desenvolvida e representativa do êxito do Circuito Fora do Eixo. E também a mais conhecida do público paulistano. Em janeiro, eles tocaram no Auditório Ibirapuera com participação de músicos como Siba e Vitor Araújo. Foi uma situação atípica, quando o trio abriu espaço para os convidados, desviando um pouco de seu eixo. Anteontem, fora a participação discreta de Otto (até porque mal se ouvia o som teclado), o trio arregaçou do jeito que se conhece: muitas variações de climas, alguns efeitos, Ynaiã Benthroldo alucinando na bateria, Ney Hugo mantendo o pulso firme do baixo e a guitarra de Bruno Kaypay cantando de tão energética, entre ruidosa e melódica. Tocaram temas de seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro e outros inéditos em mais uma potente descarga de decibéis. Na semana que vem, eles gravam o primeiro DVD em Belo Horizonte, dentro do festival Conexão Vivo, que, aliás, vai ter show de várias bandas do Fora do Eixo.

Sopão sonoro. O Caldo de Piaba começou a entrar no som do Macaco com os bateristas Yanaiã e Di Deus dividindo as baquetas, depois entraram o baixista Miúda e o guitarrista Saulim, este, sim, miúdo, mas toca com jeito grande. A mudança de clima ficou mais nítida a partir do segundo tema, quando o experimentalismo deu vazão a inusitadas misturas dançantes, com rock, jazz, calipso, surf music, samba, funk, guitarrada, tecnobrega e o que mais vier. O Caldo mixa tudo isso sem o menor pudor e acaba se dando bem. No sopão sonoro, além de composições próprias, eles incorporam clássico venezuelano, Moliendo Café (Hugo Blanco), de 1958, e até uma versão de The Millionaire (Mike Maxfield), que ficou bastante conhecida no Brasil na versão de Os Incríveis na fase da jovem guarda.

Ainda tinha muita gente presa no trânsito e na chuva, quando o Mini Box Lunar abriu o festival no Itaú Cultural, mas o público foi chegando e esquentando o show. O sexteto amapaense também surpreende pela mistureba de gêneros. Eles têm um pé no rock psicodélico dos anos 60 e 70, ecos de Beach Boys e Mutantes, mas também revelam influências da música que predomina no Norte, com referências aos sons caribenhos, até porque estão mais próximos da Guiana Francesa do que qualquer grande centro brasileiro. Montam arranjos bem entranhados, com belos timbres de guitarra de Alexandre Avelar (Kbelo), fazendo citações inteligentes de temas clássicos. As meninas Helô e Jenifer têm um canto contido e às vezes até infantil, com graça e leveza. Antes de receber Macalé como convidado, eles mandaram bem numa versão de Hotel das Estrelas, em homenagem a ele.

Macalé abriu seu breve set ao violão com Cidade Lagoa (Sebastião Fonseca e Cícero Nunes), que caiu na medida diante das tragédias no Rio esta semana com as chuvas, cuidando para não exagerar no humor. Com a banda de volta, vieram os melhores momentos, incluindo, claro, Vapor Barato e Farrapo Humano. O festival continua em outros palcos até domingo. São outros Brasis, que, enfim, têm chance de mostrar sua cara por aqui.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caldo de Macaco no 2º dia do Festival FDE

Pouco tempo pra escrever, mas o suficiente pra trazer um pouquinho sobre o show de ontem no Studio SP, 2º dia do Festival Fora do Eixo. Antes de mais nada, confere aí a cobertura feita pela Web TV Fora do Eixo:



Macaco fez a abertura e em seguida assumimos o palco, numa transição sem intervalo. Enquanto rolava uma viagem sonora na guitarra do Kayapi, eu entrei e comecei a adaptar a altura dos pratos e chimbal. Já havíamos montado um set híbrido dos pratos e caixas dos dois bateras, e tudo rolou rapidamente. Enquanto Ynaiã se levantava e segurava o ritmo na caixa auxiliar e eu assumia a batera, Miúda recebia o baixo do Ney (que já estava tocando a última música do Macaco com o baixo dele). Um tempinho segurando o groove até o saulinho plugar a guitarra e os efeitos, e começava o show! Pra quem perdeu a transmissão, aqui dá pra conferir os shows completos:



Hoje a tarde rolou a primeira reunião das regionais do Circuito Fora do Eixo, no Espaço Mais Soma. Discutiu-se a estruturação dos eixos de circulação, e também sobre as frentes de teatro e cineclube fora do eixo e meio ambiente. Um pouquinho da reunião de hoje vai estar na cobertura de amanhã da web Tv Fora do Eixo, junto com o show de logo mais, 23h, no Tapas (também na rua Augusta), a invasão paraibana do Burro Morto e do Cabruêra. Quer acompanhar ao vivo? Acesse www.mtv.com.br/foradoeixo/aovivo

Té mais!

Di Deus
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